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CASA MARIA
PROJETO PARA UMA CASA MARANHENSE
 

A principal diretriz deste projeto foi adotar uma sintaxe arquitetônica com traços contemporâneos e ao mesmo tempo tivesse alguns dos aspectos das pequenas casas do interior do Maranhão, como o telhado em cerâmica, generosas varandas, aberturas e fechamentos em moxarabi, características imprecindíveis para o clima quente do norte do país. A representação arquitetônica da cultura regional se extende à linguagem dos desenhos, onde o emprego da cor auxilia o cliente na interpretação de plantas, cortes e elevações.

Outra diretriz importante foi segregar os usos da casa para adaptar o projeto às características de convívio do Maranhão. Enquanto a área social e de serviços ocupa área próxima à rua,a área íntima se reserva aos fundos da casa, o que permite aos quartos privacidade e isolamento acústico em relação aos ambientes festivos. As duas áreas são separadas pelo desnível do terreno - cujo arrimo abriga um muro de moxarabis - e pela disposição dos espaços na planta. Um eixo que se extende da porta de acesso à residência aos fundos da casa marca a circulação que integra os ambientes, esta assumindo diversas características: varandas, circulação vertical e caminho de pedras no jardim. Moxarabis estão presentes também nos muros que separam a casa do quintal e galinheiro no fundo do terreno.

 

A PERMEABILIDADE DO VERDE E DA VENTILAÇÃO NO INTERIOR DA CASA

O clima quente do Maranhão inspirou espaços permeáveis e bem ventilados, situação permitida pela ausência de fechamentos e emprego de paredes de moxarabi, o que deixa ao ar livre as salas de estar e jantar. Essas paredes de elemento vazado separam a gagarem do jardim, este da sala de jantar e da área de serviço, o que permite a circulação de ar em todos os ambientes. O jardim penetra no interior da área social o que integra as áreas interna e externa em um único ambiente, o que permite o uso do gramado como extensão da área social; contribui para isto a cobertura do caminho de pedras que conecta as duas salas, cuja cobertura está incorporada à de toda a casa. A escada funciona como obstáculo que intimida o acesso à área íntima da casa, circulação que se extende como varanda de acesso aos quartos e ao banheiro dos filhos. A porta dos quartos se integra à um caixilho que permite ventilação cruzada com as janelas de ocorrer na parede oposta.

 
corte

O JARDIM COMO ÁTRIO DOS AMBIENTES INTERNOS

Direções diferentes das águas dos telhados das áreas social e íntima marca a separação de seus ambientes. Na social, as águas das salas de estar e jantar voltam-se para o jardim, aumentando o abrigo desse ambiente contra o sol intenso do Maranhão. A presença de uma árvore e sua sombra reforça a climatização adequada das salas, permitindo inclusive o uso do jardim como extensão do estar. No clima quente do Maranhão, a água ganha relevante importância no cotidiano, sendo necessário o uso de cisternas para armazenamento, instalada no interior da torre da caixa d'água, a qual é conferida volumetria vertical, que se destaca da volumetria horizontal da casa.

 
elevação

CORTE: CIRCULAÇÃO ARTICULA OS ESPAÇOS INTERNOS

Uma extensa viga de concreto permite a ausência de pilares de sustentação das águas das salas de estar e jantar, permitindo vão livre que integra visualmente todos os ambientes sociais e o jardim. Sob a viga se encontra o caixilho da porta principal de acesso e uma parede de moxarabi que abriga a sala de jantar das chuvas intensas, quando estas ocorrem. A força da linguagem arquitetônica se encontra na composição entre a estrutura bruta de concreto da vida e dos moxarabis - presentes em toda a fachada da caixa d'água - e a linguagem singela das casas maranhenses, que desenha a volumetria que abriga os quartos.

 

A FACHADA DA CASA

Ao mesmo tempo em que a casa volta-se para o seu interior, para o abrigo da família e o acolhimento do convívio com os amigos, busca uma relação visual com a rua. A fachada de concreto aparente abriga uma viga que permite uma extensa abertura da sala para a rua; nela, um caixilho com lâminas corrediças de moxarabi de madeira permite a ventilação permanente da casa, ao mesmo tempo que pode estabelecer, a critério do cliente, relações visuais entre o interior e exterior. A volumetria destacada da caixa d'água - totalmente em moxarabi - compõe com a brutalidade do concreto aparente da fachada, ambas estruturas contrapondo com a delicadeza e o calor dos fechamentos em madeira

 
CASA MARIA