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GUARAPIRANGA
PLANEJAMENTO REGIONAL
Exercício realizado no 3 º ano do curso de Arquitetura e Urbanismo na Escola da Cidade
Desenvolvido em conjunto com os colegas Anita Freire e Carol Morom


01 / 02 / 03 / 04
 
Represa de Guarapiranga e as sub-bacias sobre as quais o tecido urbano se acomoda.
 

Conceito do projeto

O principal objetivo deste projeto é garantir o abastecimento de água para 1/3 da população da região metropolitana de São Paulo, através da requalificação ambiental das sub-bacias que compõe a bacia hidrográfica da Represa de Guarapiranga.
A solução aqui proposta é uma especulação à respeito das possibilidades de relação entre o uso urbano com as sub-bacias hidrográficas, um recorte de uma situação comum em outras áreas da metrópole. Nas cidades brasileiras, o potencial paisagístisco das águas sempre foram desprezados, servindo córregos e rios para a descarga de esgotos, situação que consolidou-se como consequência natural da ocupação humana sobre o território.
Para construir uma mudança cultural que possiblite o convívio harmônico entre a população e as águas é necessário ressaltar a significado da água para a vida urbana, criando espaços que possibilitem uma relação tectônica com ela; esta questão, artística, alia-se à outra, técnica, na orientação do desenho.

Início da ocupação da área de Interlagos

A Represa de Guarapiranga é um ecosistema vulnerável, bacia hidrográfica cujas águas permitem a vida humana na cidade de São Paulo, onde vivem aproximadamente 1 milhão de pessoas, grande parte dela em loteamentos irregulares e favelas que não contam com redes de saneamento básico. O início da ocupação de Capela do Socorro (sub-região administrativa que engloba os bairros as margens da represa) ocorre nos anos 1940, como uma estratégia econômica da Cia. Light, que construiu a represa para o abastecimento de água, mas tinha intenção de potencializar o investimento realizado, fazendo a especulação imobiliária de suas margens.

A presença de loteamentos clandestinos e favelas

A idealização de Interlagos como uma região de recreio, destinada às atividades de lazer campestre, é abortada com o rápido crescimento demográfico; nos anos 1960, a expansão da malha urbana já alcançava a regiã, cuja ocupação é potencializada pela presença do transporte de passageiros sobre o leito ferroviário da antiga Estrada de Ferro Sorocabana.
Nos anos 1970, a implantação de conjuntos habitacionais definitivamente levam a cidade para além de seus limites (onde não há infra-estrutura adeqüada) promovendo a ocupação rarefeita do território. Hoje, a sub-prefeitura de Capela do Socorro apresenta uma das maiores taxas de crescimento demográfico da capital, população proveniente das áreas mais centrais onde o custo de vida (aluguel) é muito mais elevado.

 
O sistemas viários estruturador e alimentador encontram-se incompletos, criando problemas de conexão.
 

Consolidação do sistema viário

A partir dos anos 1970, a construção de vias expressas nas margens do Rio Pinheiros estimulam a instalação de um extenso parque industrial próximo a região da barragem da represa, catalizando ainda mais a ocupação desordenada. A abertura de novas avenidas e a duplicação da antiga estrada de Parelheiros empurraram a cidade para a periferia, ocupando ela a maior parte das subbacias da represa.

As centralidades

Santo Amaro é a principal área comercial da Zona Sul de São Paulo, sub-centro que atrai consumidores de Capela do Socorro; no entanto, quanto mais aumenta a população deste distrito, maiores são as dificuldades de acesso às áreas centrais, estimulando o comércio local, que uma vez aglomerado, consolida as centralidades de Cidade Dutra, Grajaú e São José.

 
O crescimento desordenado do tecido urbano cerca espaços residuais, hoje áreas verdes sem uso específico.
 

Ocupação rarefeita

A construção de conjuntos habitacionais e o rápido processo da ocupação irregular na região, provocou o cresimento da mancha urbana de modo fragmentado e disperso.
Com excessão dos pioneiros bairros planejados (Interlagos, Jd.Satélite e Cidade Dutra), o tecido urbano caracteriza-se por áreas extremamente adensadas - em sua maioria com lotes de 5 x 25 m - onde fragmenta-se vazios sem uso específico, áreas de propriedade pública ou privada.

 
As favelas e os loteamentos clandestinos são o principal problema da região, que cresce sem infra-estrutura adequada.
 
Cidade irregular

Os mecânismos de especulação imobiliária nas áreas mais centrais de São Paulo promovem o aumento do custo de vida, afugentando moradores para a periferia, situação que pressiona o distrito de Capela do Socorro. A principal consequência deste processo é a invasão de áreas residuais (vazios) para sua ocupação por loteamentos clandestinos e favelas sem a implantação de qualquer infra-estrutura.

A ausência de uma política pública que contenha a indústria imobiliária que impõe uma lógica perversa à cidade resulta, entre outras conseqüencias, de um movimento pendular casa/trabalho, entre as áreas dormitório na periferia e as áreas produtivas nas regiões centrais, prejudicando a infra-estrutura estabelecida (sistemas viários e de transporte coletivo).
 
Esquema para a reestruturação urbana, requalificação ambiental das áreas de várzea, eixos e sub-eixos estruturados, estes concebidos como parques lineares.
 

Objetivo do Projeto

Conciliar a ocupação urbana com a requalificação ambiental das sub-bacias, proteger as áreas verdes remanescentes, promover o potencial turístico/ecoturístico, conter a expansão da mancha urbana adensando áreas onde a infra-estrutura urbana já encontra-se consolidada, tratar áreas de risco, reestruturar os sistemas de transportes individual e coletivo são premissas do projeto, sempre submetidas à importância da água enquanto infra-estrutura urbana - abastecimento de água e lazer.
O projeto exigirá, como suporte principal à sua instalação, uma eficiente rede de saneamento básico - rede coletora e adutoras - para o direcionamento e posterior tratamento dos dejetos na Estação de Tratamento de Esgotos (ET) de Barueri, atualmente subutilizata.

A presença do leito ferroviário potencializa o uso urbano em escala metropolitana, da margem da represa onde a cidade encontra-se consolidada e possui infra-estrutura adeqüada, como Jd.Satélite e Cidade Dutra. A necessidade de conexão entre o eixo de transporte trocal (metrô) com as centralidades existentes (até o momento subordinadas ao sistema rodoviário), áreas dormitórios e com as áreas de lazer nas margens da represa potencializa o uso das sub-bacias como parques lineares, cuja paisagem é apropriada pelos eixos de deslocamento.



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