Conceito do projeto
O principal objetivo deste projeto é garantir o abastecimento de água para 1/3 da população da região metropolitana de São Paulo, através da requalificação ambiental das sub-bacias que compõe a bacia hidrográfica da Represa de Guarapiranga.
A solução aqui proposta é uma especulação à respeito das possibilidades de relação entre o uso urbano com as sub-bacias hidrográficas, um recorte de uma situação comum em outras áreas da metrópole. Nas cidades brasileiras, o potencial paisagístisco das águas sempre foram desprezados, servindo córregos e rios para a descarga de esgotos, situação que consolidou-se como consequência natural da ocupação humana sobre o território.
Para construir uma mudança cultural que possiblite o convívio harmônico entre a população e as águas é necessário ressaltar a significado da água para a vida urbana, criando espaços que possibilitem uma relação tectônica com ela; esta questão, artística, alia-se à outra, técnica, na orientação do desenho.
Início da ocupação da área de Interlagos
A Represa de Guarapiranga é um ecosistema vulnerável, bacia hidrográfica cujas águas permitem a vida humana na cidade de São Paulo, onde vivem aproximadamente 1 milhão de pessoas, grande parte dela em loteamentos irregulares e favelas que não contam com redes de saneamento básico. O início da ocupação de Capela do Socorro (sub-região administrativa que engloba os bairros as margens da represa) ocorre nos anos 1940, como uma estratégia econômica da Cia. Light, que construiu a represa para o abastecimento de água, mas tinha intenção de potencializar o investimento realizado, fazendo a especulação imobiliária de suas margens.
A presença de loteamentos clandestinos e favelas
A idealização de Interlagos como uma região de recreio, destinada às atividades de lazer campestre,
é abortada com o rápido crescimento demográfico; nos anos 1960, a expansão da malha urbana já alcançava a regiã, cuja ocupação é potencializada pela presença do transporte de passageiros sobre o leito ferroviário da antiga Estrada de Ferro Sorocabana.
Nos anos 1970, a implantação
de conjuntos habitacionais definitivamente levam a cidade para além de seus limites (onde não há infra-estrutura adeqüada) promovendo a ocupação rarefeita do território. Hoje, a sub-prefeitura de Capela do Socorro apresenta uma das maiores taxas de crescimento demográfico da capital, população proveniente das áreas mais centrais onde o custo de vida (aluguel) é muito mais elevado.
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