ARQUITETURA  
URBANISMO > Concórdia   Guarapiranga
DESIGNGRÁFICO  
FOTOGRAFIA  
CURRÍCULO  
CONTATO  
 
GUARAPIRANGA
PLANEJAMENTO REGIONAL
Exercício realizado no 3 º ano do curso de Arquitetura e Urbanismo na Escola da Cidade
Desenvolvido em conjunto com os colegas Anita Freire e Carol Morom


01 / 02 / 03 / 04
 
Esquema gráfico: o estabelecimento de um anel viário (linha laranja) somado aos cinturões verdes (parques lineares) configuram um sistema de contenção de expansão da mancha urbana.
 

Cinturão de contenção

Os parques lineares projetados no percurso das águas das sub-bacias hidrográficas possuem como função serem áreas de várzeas que retem sedimentos para que estes não alcancem a represa; servir de componente paisagístico aos eixos de deslocamento entre as estações de metrô, as centralidades e a zona turística em sua margem e ainda funcionar como cinturões verdes para a contenção da mancha urbana em direção a Parelheiros.

Outra importante iniciativa para conter a expansão da cidade para aquela região é reestruturar o sistema viário de forma que este direcione os fluxos de veículos provenientes das áreas centrais para a região de origem a partir de um anel viário, um contorno em grande escala que centraliza o tráfego de veículos.

 
Antigas áreas industriais serão renovadas na margem do Rio Pinheiros, configurando um novo cenário urbano na Zona Sul de São Paulo.
 

A atual ocupação

A ocupação desordenada do distrito de Capela do Socorro resulta , na maior parte da região, em altos índices de adensamento construtivo e impermeabilidade do sólo, que drena o lençol freático e descarrega com maior velocidade sedimentos na represa, assoreando-a e ameaçando seu uso para o abastecimento de água de São Paulo.
A região possui ainda antigas áreas industriais, obsoletas, potenciais à renovação urbana ao longo do Rio Pinheiros, futura extensão do eixo comercial Faria Lima / Berrigni; áreas consolidadas que estão ocupadas regularmente (Interlagos, Jd.Satélite, Santa Helena, Cidade Dutra, Grajaú e São José), áreas em fase de consolidação, que ainda permitem, pela falta de infra-estrutura e por sua vunerabilidade ambiental, intervenção ou desocupação e as áreas críticas, favelas em áreas de várzea e sub-bacias.

 
A margem da represa possui aspectos distintos e, portanto, propomos usos específicos para cada uma delas.
 

Propostas de densidade urbana

Numa extremidade da represa, antigas áreas industriais para renovação urbana, pelo tamanho dos lotes, permite maiores taxas de densidade; na outra extermidade, a presença de sub-bacias que desaguam na represa exige menores taxas. Além disso, a margem da represa possui trechos com distintas características: no trecho junto Av.Pres.Kennedy, a transição brusca entre a cidade e a represa favorece um uso similar ao de uma praia urbana; no trecho entre aquela avenida e o Clube de Campo São Paulo, a transição rarefeita entre a cidade e a represa favorece um uso controlado, ssimilar ao de um parque urbano.
A articulação entre as diferentes características das ocupações e das margens induz uma gradação das taxas de densidade urbana: alta para as áreas de renovação, média para as áreas consolidadas, baixas nas áreas a consolidar e quase nula nas áreas de uso sustentável.

 
Dois anéis viários fazem um contorno que devolve para o centro o seu fluxo de veículos.
 
Reestruturação do sistema viário

Estruturar os sistemas de transportes, tanto o individual quanto o coletivo, é primordial para estabelecer uma espécie de "controle" na ocupação e expansão da malha urbana, desestimulando o acesso às áreas de risco e de uso sustentável.
Dois anéis rodoviários subseqüentes seriam consolidados de modo a estimular que os fluxos provenientes da área central contornem a região e para lá retornem. O primeiro e principal deles, constitui-se pela Av.Pres.Kennedy e sua extensão até a Marginal Pinheiros por trás do Autódromo de Interlagos; o segundo, ocorreria com a consolidação do sistema viário configurado pelas ruas Frederico René de Jaegher e Av. Orfeu Paravente, que conectam-se à Av.Sen.Teotônio Vilella.
Inclui-se ainda, como solução aos transtornos causados pelo estrangulamento da mesma avenida, seu alargamento na centralidade de Cidade Dutra.
 
Para potencializar os deslocamentos e atrair usuários, o sistema de transporte coletivo se apropria do potencial paisagístico das áreas de parque (em preto).
 
Reestruturação do Sistema de Transporte Coletivo

O investimento em transporte coletivo é a principal medida para renovar a qualidade ambiental de nossas cidades. Um dos principais problemas do sistema paulistano é quanto à falta de hierarquia adeqüada entre os diferentes modais que o compõe: não há um modal de média capacidade (Veículo Leve sobre Trilhos - VLT) que faça a intermediação entre os dois únicos modais existentes, metrô (alta capacidade) e ônibus (baixa capacidade).
A falta de um sistema de média capacidade junto aos principais sistemas viários prejudica os deslocamentos na capital, incentivando o uso de ônibus e automóveis (baixa capacidade) o que satura os principais corredores viários da cidade.

Para conectar essa importante área de lazer em escala metropolitana, propomos uma nova hierarquia do sistema de transporte coletivo, que atenda as espectativas de qualidade e conforto do usuário de automóvel e melhore suas condições para o usuário de ônibus, democratizando o acesso à Represa: alta capacidade (metrô) no eixo estruturador (antigo leito ferroviário), alimentado por um modal de média capacidade (VLT) nos subeixos estruturadores (parques lineares), alimentado pelo modal de baixa capacidade (micro-ônibus) que circulam por ruas secundárias.

Outra questão importante é a ligação hidroviária entre as margens opostas da represa, conectando o tecido urbano metropolitano entre o Capão Redondo e São Bernardo do Campo. As hidrovias (funiculares elétricos antipoluentes) conectam-se ao VLT, configurando uma rede de transportes que consolida as áreas urbanas já existentes.
 
Sobreposição dos sistemas de transportes coletivos e individuais, estruturados pelo metrô e VLT (linha branca).
 
Conclusão da reestruturação urbana

Os sistemas de deslocamento são os principais catalizadores da ocupação urbana. Enquanto o automóvel permite a autonomia individual, acessar e ocupar áreas localizadas além da macha urbana, o transporte coletivo permite, ao contrário, maiom controle sobre os deslocamentos, o que favorece o planejamento urbano. Para estimular o seu uso em detrimento ao automóvel, as linhas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) acompanham os parques lineares, áreas de inestimável valor paisagístico.

A requalificação ambiental das áreas de várzeas exige uma nova política para habitação social, que promova incentivos estatais à transferência da população que ali reside (áreas críticas e instáveis) para aquelas áreas próximas que favorecem o adensamento urbano. A liberação das várzeas permite um novo tratamento ambiental, com a instalação de retentores dos sedimentos que hoje são a maior ameaça ao sistema hídrico da represa.



01 / 02 / 03 / 04